O rompimento da barragem de Fundão, em Mariana/MG, em 2015, não devastou apenas o meio ambiente: rompeu redes de afeto, destruiu modos de vida e aprofundou desigualdades nas comunidades atingidas. Este livro apresenta uma análise sensível e profunda sobre os impactos do desastre na vida das mulheres do Espírito Santo e revela como gênero, emoção e justiça se entrelaçam no enfrentamento às violações de direitos. A autora, defensora pública atuante no caso desde os primeiros dias, conduz o leitor ou a leitora por uma jornada de escuta e mobilização ao lado de mulheres invisibilizadas, que aos poucos transformam dor em luta. A partir de vivências concretas, narrativas afetivas e análise de documentos institucionais, a obra mostra como a presença de mulheres ¿ tanto entre as atingidas quanto as integrantes do sistema de justiça ¿ influencia na definição, na intensidade e na efetivação de estratégias de resistência e repertórios de litigância coletiva que asseguram o direito das mulheres. Destinado a leitores interessados em justiça ambiental, gênero, direitos humanos e mobilização social, o livro articula teoria e prática por meio de uma escrita acessível e envolvente, que privilegia a primeira pessoa e aposta na força da autoetnografia. Seu diferencial está em compreender o "ser mulher" não apenas como marcador social, mas como elemento de transformação ¿ um elo capaz de gerar empatia, escuta ativa e ação coordenada. Mais do que um relato institucional, o livro é um convite à reflexão sobre como afetos e identidades moldam o acesso ao direito e à reparação, e por que a presença de mulheres em espaços decisórios importa ¿ e transforma. Uma leitura essencial para quem acredita em uma justiça construída por e para mulheres, de forma coletiva, ancorada na participação social e orientada por práticas de controle popular dos processos decisórios.
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