Este livro é um fabricador de assassinos. Quem o escreveu pensou em matar essas páginas. Quem o ler será assassino confesso porque irá destruir o propósito inicial de outras mortes que virão. É isso que se espera! Quem não o ler estará, covardemente, deixando-o morrer por outros olhos ou, no mínimo, consentindo que ele morra à míngua e terá, com certeza, a culpa maior, visto que o poderia salvar e não o fez. A escritora teve a convicção de que ele só servirá se for para ser consumido. Quem consome necessita acabar, esgotar com a coisa; pressupõe corroer, desgastar. Um bom consumidor é, também, um devorador voraz. Essa é a Lei e ninguém espera algo diferente. A ficcionista não é uma simples fabricadora, pois que não se considera um homo-faber; sabe que o corpo de seu ofício não é um mero objeto. Abjeto talvez! Trata-se de coisa-viva, um corpo em rotação, mutável no tempo-espaço do agora; logo, não deverá perdurar para sempre: viverá o prazo em que o corpo, embora esquartejado, jorra sangue nas mãos de vários assassinos. Assassinos intensos.
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