Se há um fato consumado no campo do tratamento do sofrimento subjetivo é o aumento exponencial do diagnóstico de autismo. Mas, como todo fato, esse também precisa de explicação e é isto que esta obra traz através dos três ensaios. Longe de buscar as respostas de maneira rápida como a afirmação de que se trata de uma síndrome genética, e longe de contrapor rapidamente dizendo que o aumento é um erro na elaboração do diagnóstico, o autor traça, por meio de um diálogo entre a psicanálise, a epistemologia, a teoria literária e os autistas e familiares de autistas que escreveram obras, uma maneira de explicitar que autismo hoje pode designar tanto um diagnóstico quanto uma metáfora para delimitar o mal-estar contemporâneo diante de um laço social que precariza a vida em comum. Assim, a partir dos textos de autistas e de seus familiares, a obra consegue demonstrar o quanto o autismo oscila entre ser uma possibilidade de identidade diante do mal-estar, e uma resposta subjetiva clínica, permitindo identificar nessa oscilação o aumento exponencial dos diagnósticos, principalmente quando tenta-se passar rapidamente do diagnóstico de uma criança autista para o diagnóstico de toda a família como autista. Ao final, a obra identifica que a função do escrito para os autistas é distinta do que é para os familiares, traçando por meio da análise dos textos de autistas e de familiares uma diferença diagnóstica mais efetiva. Boa leitura!
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