Janelas oferecem muitos tipos de vista. Há janelas para paredões. Janelas que fazem ver janelas. Janelas para a rua, para a mata, para o mar, para a montanha, para o céu. E também há algumas, raras, que permitem enxergar imensidões. É o caso da janela aberta por Laila Maia Galvão neste livro. Não é, em si, uma janela larga - é limitada, recortada em suas medidas pela passagem de um homem (Aurelino Leal) por um cargo (chefe de Polícia da cidade do Rio de Janeiro) num período específico (entre 1914 e 1919, durante a Primeira República). Mas, talvez por isso mesmo, tal janela possibilite contemplar muito. Constitucionalismo e constitucionalistas; os meandros das oligarquias estaduais e federais; a paisagem social e cultural do Rio de Janeiro; a relação entre a polícia e o universo da contravenção (do jogo do bicho aos cassinos clandestinos); o impacto das tecnologias de comunicação no trabalho policial; movimentos sociais; carnaval; e a história do samba. Não tenho inveja de quem escreveu a ficha catalográfica deste precioso livro-janela. Durante décadas, ouvimos a abertura de Pelo telefone, o primeiro samba de sucesso, sem saber quem era o "chefe da polícia" que, "pelo telefone, mandou avisar" - as respostas a essa e a outras questões podem ser contempladas nas páginas a seguir. DAVID BUTTER, jornalista e escritor
Dieser Download kann aus rechtlichen Gründen nur mit Rechnungsadresse in A, B, BG, CY, CZ, D, DK, EW, E, FIN, F, GR, H, IRL, I, LT, L, LR, M, NL, PL, P, R, S, SLO, SK ausgeliefert werden.