Nos últimos anos, o cenário político latino-americano tem registrado um novo avanço das direitas e o reposicionamento da agenda liberal, abrindo a numerosas perguntas e análises dentro e fora do mundo acadêmico, após o início de século marcado pela crise e impugnação ao neoliberalismo e pela abertura do ciclo de governos progressistas em vários países da região. O objetivo deste livro é contribuir ao debate com um estudo das ações empreendidas por think tanks liberais a partir de redes transnacionais atuantes na América Latina, tomando o caso da Fundación Internacional para la Libertad (FIL) entre 2002 e 2016. Presidida pelo reconhecido escritor peruano Mario Vargas Llosa, a FIL expressa um processo de acúmulo e renovação das direitas liberais nas formas de articular e operar na batalha das ideias na América Latina. Quais setores ativaram essa coalizão atlântica da qual Vargas Llosa é seu rosto mais visível? Por que envolveu atores latino-americanos, espanhóis e estadunidenses? De que maneira e em quais circunstâncias a FIL participou das disputas políticas na região? O livro apresenta um dos possíveis mapas de rotas a partir do qual percorrer, articular e compreender a resiliência do neoliberalismo, a atuação das redes transnacionais de think tanks pró-mercado e o rebrotar contemporâneo da gramática política de Guerra Fria na América Latina. Essa rebrotação não faz referência somente aos significantes mobilizados, mas também a uma estratégia atlântica e a uma forma de atuação que combina o que se poderia denominar como arditi de ideias ou intelectuais de assédio, consolidada ao ritmo da razão neoliberal e reativada em tempos de impugnação.
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