Em O Oleiro e o Tempo, o poeta Jorge Prata exibe seu extraordinário exercíciolúdico ao aceitar o desafio de misturar poemas por vezes mordazes com outros imagine! funestos. De fato, consegue, nestas linhas, e com maestria, amalgamarsentimentos e emoções tão díspares quanto sarcasmo e a exposição das sombras damorte, a última e derradeira jornada. São poemas reflexivos, profundamente filosóficos, mesmo quando se dedica a anunciar o próprio périplo, ou quandoalinhava, num fabuloso inventário afetivo, os amigos perdidos ou por perder. Otempo é sua matéria-prima, o tempo, a morte e o silêncio. e o poeta, o seu oleiro, oseu fazedor de peças de preciosas cerâmicas. Em pura poesia. Conciso nas ideias e principalmente nas ricas expressões empregadas, trabalha, com invejável desenvoltura, com as substâncias sobre as quais se debruça: a alma humana. Dotado de um lirismo só presente nos grandes, Jorge Prata lembra, em muito, dois outros(quase) conterrâneos seus, Augusto dos Anjos e Ascânio Lopes, dos quais muito provavelmente parece ter extraído o seu gérmen, encontrado a sua alma mater. Umajoia este O Oleiro e o Tempo, de Jorge Prata; veramente, uma autêntica e inatacávelreunião de ouro de poesia contemporânea.
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