O livro analisa os conceitos sobre modernidade e colonialismo, antropofagia e trágico, buscando relacioná-los a uma estrutura que possibilitou o desenvolvimento de uma prática filosófica autopoiética. Segundo Dussel, a partir de 1492 instaurou-se a primeira modalidade de colonialidade, relacionada ao exercício do poder por meio da conquista e exploração geográfica das terras assim consideradas descobertas. A segunda foi a ideológica e pretendeu impor uma cultura, a europeia, a todas as culturas, acarretando um colonialismo do conhecimento. Ao colher informações sobre os povos desse mundo, o Velho Mundo os caracteriza de selvagens, bárbaros, por não existir entre eles a civilização. Oswald de Andrade desenvolveu o termo antropofagia para designar a prática da deglutição de uma cultura estrangeira para que uma vez que se a tenha assimilado exista a possibilidade de uma relação igualitária em relação aos saberes. Defendeu-se que a cultura formada nesse Novo Mundo foi a de origem antropófaga e não canibalesca, ou seja, de que a selvageria consiste no modo de como a cultura da civilização exerceu seus domínios. Entende-se que a antropofagia estruturou-se enquanto resposta ao colonialismo vigente. Questiona-se o modo de pensar o conhecimento, se em termos de assimilação e reprodução ou se em termos de produção e criação gerando, com isso, uma crítica a partir de uma filosofia que pense sobre si mesma, de uma metafilosofia.
Dieser Download kann aus rechtlichen Gründen nur mit Rechnungsadresse in A, B, BG, CY, CZ, D, DK, EW, E, FIN, F, GR, H, IRL, I, LT, L, LR, M, NL, PL, P, R, S, SLO, SK ausgeliefert werden.