Objetivamos, através do estudo de L¿être et le néant e da Critique de la raison dialectique, esclarecer que o fenômeno da alienação representa a tessitura originária do corpus sartreano. Esse fenômeno é compreendido sob duas formas distintas: a alienação primitiva e a alienação objetivada. A primeira refere-se à exteriorização do homem como ser-no-mundo, definindo tanto a historicidade do homem quanto a sua realização na História. Constitui-se na pedra angular do conceito de liberdade enquanto liberdade de escolha, porque indica como a exteriorização do homem aponta a infinitização do finito. A segunda diz respeito à exterioridade que acontece no encontro de dois ou mais projetos humanos, não sendo possível à liberdade humana desenvolver-se à margem da necessidade até os dias atuais, já que estes ilustram a força do fenômeno da escassez na História. Assim, a alienação objetivada corresponde à finitização do infinito. De certa forma, ela impede que a liberdade enquanto liberdade de obtenção apareça no corpus sartreano, porque revela como o destino da exteriorização do homem é ser responsável por sua exterioridade. No entanto, isso não significa que a possibilidade da superação da exterioridade não possa impulsionar o trabalho exercido por essa exteriorização enquanto ser-no-mundo. Face ao idealismo da "ontologia-antropológica" surge o realismo da "antropologia-ontológica", tornando inverossímil qualquer proposição que aponte a divisão do pensamento sartriano em duas fases distintas, porque assinala a forma pela qual o filósofo francês legitima a unidade do seu pensamento através do princípio da não-conformidade entre o Ser e o Saber. Isto posto, pode-se dizer não há em Sartre filosofia como sistema.
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