Como viviam os pobres no sertão do Ceará? Qual o seu imaginário político? Como se divertiam? O que dizia a sua poesia? Esse livro busca responder a essas perguntas, enveredando pela poética de Juvenal Galeno, um desconhecido poeta que viveu a segunda metade do século XIX e primeiras décadas do XX. Filho de uma das mais ricas famílias da Serra da Aratanha, o escritor residiu por longos anos no interior do Ceará. Ele nutria grande admiração pela poesia do povo, denominando a sua própria criação como popular, de forma que alguns críticos literários e folcloristas chegaram a classificá-lo como um autêntico poeta popular. Uma das mais notáveis particularidades desse intelectual, que viveu em um contexto de visível depreciação cultural do povo pelas elites letradas, é uma escuta generosa e empatia pelas alegrias e tristezas dos homens e mulheres interioranos - sejam estes da serra, do sertão ou das praias - e ter saturado a sua poesia das vozes, pensamentos e sentimentos dos pobres. Essa escrita dialógica faz do Juvenal Galeno um dos poucos escritores brasileiros do século XIX a serem considerados como legítimos mediadores culturais, ou, na classificação de Ángel Rama: um transculturador narrativo.
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