Este livro dedica-se a analisar as estratégias de aquisição de terras da mineradora Vale na região de Carajás, Amazônia oriental, associadas ao processo de expansão dos seus empreendimentos nos anos 2000 - período marcado pelo boom minerário no Brasil e América Latina e pelo acirramento de conflitos fundiários com diferentes grupos sociais. Partindo do contexto de invenção da região de Carajás como maior província mineral do mundo e distanciada das múltiplas territorialidades que compõem sua realidade, a investigação conduz-nos a uma reflexão sobre a dinâmica expropriatória de grandes corporações extrativistas em países que, desde uma inserção subordinada no sistema-mundo, têm seus espaços conformados pela lógica colonial e racializada do capitalismo extrativista. Nesse percurso, não se deixa de evidenciar as formas de resistência construídas por aqueles colocados fora dos mapas oficiais e dos projetos estratégicos - indígenas, quilombolas, ribeirinhos, assentados da reforma agrária, posseiros, acampados, pescadores artesanais, entre outros - e que, desde as margens e encruzilhadas, aldeias e quilombos, confrontam as práticas e discursos do poder e tensionam a legitimação das fronteiras erguidas.
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