A poética da dor: narrativas trágicas no cinema de Pedro Costa analisa as possibilidades do trágico no cinema contemporâneo, repensando as fronteiras entre a tragédia e o trágico, que, embora em alguns momentos se apresentem borradas - demonstrando a inexistência do segundo sem sua forma objetiva -, em outros se delimitam mais fortemente, sugerindo um caminho autônomo para as narrativas trágicas. Dessa forma, a autora reflete, por meio da análise da obra do cineasta português Pedro Costa, a possibilidade da manifestação da tragédia na arte cinematográfica contemporânea. Para incursionar nesse terreno, busca referências tanto no texto canônico de Aristóteles quanto nos estudos mais atuais sobre o trágico e a tragédia, especialmente nas obras de Lesky (2010), Vernant (2001), Szondi (2004), Hauser (1994), Eagleton (2013), Williams (2002) e outros. A partir das observações promovidas por esses teóricos, articula um aprofundamento sobre as questões trágicas da obra do cineasta português, na qual a tragédia é fruto da experiência social, política e econômica. Nela, a tragicidade se dá por meio da desigualdade, da injustiça e das privações geradas pela sociedade atual, o que permite lançar um olhar sobre a construção do herói trágico atual e sua dor, em uma narrativa em que já não há mais lugar para deuses nem oráculos, abrindo possibilidades para a revelação do ser humano a partir de suas tragédias pessoais. Para isso, combinou-se o estudo da trajetória do cineasta e de sua poética nas obras do Ciclo das Fontainhas: Ossos; No quarto da Vanda; Juventude em marcha; e Cavalo Dinheiro.
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