O livro faz uma análise e um mapeamento das denúncias e processos contra padres solicitantes, entre 1700 e 1821 na capitania de Minas Gerais. O delito inquisitorial, conhecido como sollicitatio ad turpia, consistia na prática de confessores que, durante o ato da confissão, aproveitavam-se da intimidade e do sigilo do sacramento para galantear, constranger, chantagear e até violentar penitentes, com o objetivo de estabelecer relações amorosas e/ou sexuais. Para o Santo Ofício, tais ações representavam um desprezo pelo sacramento da penitência, sendo equiparadas à heresia. Minas Gerais destacou-se como a capitania com maior número de denúncias contra padres solicitantes no Brasil. No entanto, há uma discrepância significativa entre o volume de denúncias e o número efetivo de processos, fenômeno observado não apenas em Minas, mas em toda a colônia brasileira e em Portugal. Este livro dedica-se não apenas a analisar o delito e seus meandros, mas também a investigar as razões por trás dessa discrepância. Ao responder a essas questões, a obra revela as complexas vivências dos sacerdotes, marcadas por relacionamentos amorosos, conflitos por terras, ouro e paróquias, e uma intrincada rede de interações sociais. Além disso, por meio da análise do crime, o livro oferece um retrato das mulheres da época, muitas delas retratadas como "santas" de "bons procedimentos", outras como "desqualificadas" e de "maus procedimentos".
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