As relações diplomáticas e de socialidade realizadas pelos pajés e suas sombras entre os diferentes mundos e ecossistemas, causaram ao longo do tempo, o entrelaçamento dos Tentehar-Guajajara da Terra Indígena Cana Brava com seu território, tornando-se uma relação de interdependência, respeito e alteridade recíprocas. Nessa perspectiva, o livro "Modo Maíra" nos convida para uma viagem na cosmovisão tentehar, onde conheceremos o cuidado com a natureza e com seus habitantes - humanos e não humanos - e outros aspectos que fazem parte de sua epistemologia, tornando-os resilientes às transformações de aculturação impostas pelas relações interétnicas colonizadoras. Esse processo de assimilação provoca, sobretudo, impactos negativos provenientes da instalação da BR-226 no Centro-Sul do Maranhão. Obra que obrigou os Tentehar a criarem estratégias de controle e resistência face aos impactos, muitos deles, de caráter irreversível, diante das mudanças e transformações do sistema-mundo. Seus modos técnicos e operacionais estão ancorados em seus aspectos cosmológicos, nos tempos míticos da criação do povo e nos seus conhecimentos ancestrais que são intergeracionais. Refletindo assim, nos modos de estar e perceber o mundo, ou simplesmente, o modo Maíra do ser Tentehar. Francisco Apurinã Doutor em Antropologia Social. Antropólogo do Instituto Pupykary.
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