Morrer de novo é um romance que satiriza as inúmeras crenças sobre algum tipo de vida após a morte. Sátira impiedosa também da época obscura que trouxe retrocessos, como preconceitos e censuras. Se a identidade é a memória, perdê-la significa morrer. Um homem que morre ainda jovem aparece em um mundo sobrenatural, mistura de crenças greco-romanas, judaicas, cristãs, islâmicas, budistas, espíritas, mostradas em seu absurdo. Um homem condenado a reencarnar passará pela morte, perderá seu eu. Preservar a memória é estratégia de sobrevida. Trabalho de recompor e depois transmitir o que se é. Alegoria das técnicas literárias memorialísticas. Mas como, sem meios? O tédio enlouquece essas pessoas que nada podem fazer. Elas se infantilizam, se desesperam. Como existir sem a arte, a ciência, uma biblioteca, uma videoteca, uma quadra de esportes? Resta embriagar-se de memória, antes de mais uma morte. A narrativa é feita a partir de paráfrases de textos conhecidos da literatura, mas também de imagens pictóricas. Nele estão tanto a memória involuntária de Proust quanto a do personagem de Borges que nada esquece; as noites de Walpurgis de Goethe e Mann; a embriaguez de Baudelaire e a sonolência de Hemingway; os natais de Dickens e Tolstói; o sonho de Shakespeare e o pesadelo de Goya. Tudo através do riso e do carnavalesco.
Dieser Download kann aus rechtlichen Gründen nur mit Rechnungsadresse in A, B, BG, CY, CZ, D, DK, EW, E, FIN, F, GR, H, IRL, I, LT, L, LR, M, NL, PL, P, R, S, SLO, SK ausgeliefert werden.