O ventre de Nápoles (Il ventre di Napoli, 1884-1905) possui uma estrutura peculiar, dividida em três partes: Vinte anos atrás, escrito em 1884; Agora, escrito em 1903; e A alma de Nápoles, escrito entre 1903 e 1905. Foi escrito como uma resposta ao Ministro do Interior do Reino da Itália, Agostino Depretris, que afirmou ser preciso "destripar Nápoles" por ocasião da epidemia de cólera que assolou a cidade no final do século. Trata-se de uma obra híbrida, pois inclui fórmulas como a investigação jornalística, o ensaio sobre costumes e a observação sociológica. Serao consegue descrever e analisar, como poucos, as contradições dessa cidade repleta de belezas, mas também assolada por inúmeros problemas. Do ponto de vista histórico, político e ideológico, esta obra é um registro ferino e destemido de uma mulher empreendedora enquanto o Sul da Itália se vê negligenciado pelo novo governo da nação recém-unificada. Serao aponta, descreve e conclama sobre a desgraça e a miséria em que vivem os habitantes de sua estimada Nápoles. A ausência do Estado no planejamento urbano, na assistência ao emprego e à alimentação adequada, na gestão do orçamento público, é endereçada pela fundadora do jornal Il Mattino. Naqueles tempos, um veículo de comunicação independente já era raro de ser encontrado. Esta edição de O ventre de Nápoles integra a segunda temporada do projeto Literatura Livre, fruto da parceria entre o Sesc São Paulo e o Instituto Mojo de Comunicação Intercultural, que promove o acesso gratuito a obras clássicas em domínio público por meio da tradução direta do idioma original.
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