A medusa é ponto de partida para a leitura que Alencar propõe sobre o livro Água viva. A figura mitológica é metáfora e metonímia. Criatura do mar e mito, a escolha da medusa para orientação das reflexões permite potencializar as indagações da romancista sobre a escrita e sobre o papel do escritor face ao insolúvel problema da representação. A fim de orientar o leitor, a ensaísta perscruta os rastros da tradição judaico-cristã e recorre também aos pensamentos filosóficos de Nietzsche, Heidegger e Derrida. Para Alencar, "a ideia de vanguarda defendida por Lispector, [...] se materializa, unindo forma e conteúdo como tentativa de levar [...] a língua portuguesa ao seu limite representativo, além de promover a ficção como autoconhecimento. Água viva lembra, nesse sentido, uma espécie de 'Talmude Literário-poético', dessacralizado, que, em vez de conter compilação de leis judaicas, contém o registro de um material vasto, extraído do mundo real, abordando, pelo fictício, assuntos de natureza muito diversas e, por conseguinte, abrangendo tanto perspectivas intraliterárias quanto extraliterárias". Com uma investigação envolvente e poética, o estudo permite ao leitor uma renovada oportunidade de leitura e compreensão acerca do intrigante código literário proposto pela escritora. Profª. Drª. Ivana Ferrante Rebello e Almeida - Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES)
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