Tarde no planeta é um romance sobre a dimensão que damos à ideia de finitude, sobre a nossa relação instável com o que entendemos por não humano e sobre a elasticidade dos laços familiares: quem - ou o que - podemos chamar de família? Carlos tem dezesseis anos e um segredo. De uma pequena cidade incrustada na Serra da Mantiqueira, ele sabe que o mundo está prestes a acabar numa catástrofe ambiental. Os sinais estão por todos os lados, ecoam na migração repentina das aves. Também na fome descomunal das vacas nos pastos, que comem, comem o tempo inteiro, porque todo fim dá mesmo um buraco gigante no estômago. Logo ali do lado, os peixes nadam contra a correnteza, e os gatos fogem dos seus donos em disparada. Mas o que fazer enquanto o relógio não dispara o momento final? Um poema de Drummond, que os personagens tanto repetem, parece trazer a resposta: Carlos, sossegue, o amor/ é isso o que você está vendo. Com as desventuras de Carlos e de seu núcleo familiar que dribla as regras da normatividade, Leonardo Piana escreveu uma fábula retratando nosso estranho começo de século, em que, se o apocalipse parece irrevogável, para nossas formas de estar no mundo ainda há alguma solução. Como dito por Adília Lopes, e retomado numa das páginas deste livro, Não é tarde/ é só/ de tarde. "Um relato delicado e profundo do crescimento do filho apesar da mãe, e do crescimento da mãe apesar do filho. Uma história sobre a manutenção dos sonhos e da poesia no fim de cada um dos nossos mundos." Mariana Salomão Carrara
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