Maria Angélica Ribeiro, Amélia Rodrigues e Josefina Álvares de Azevedo. Aqui temos três mulheres do século XIX de condições sociais e crenças diferentes, vivendo separadas por algumas décadas e quilômetros de distância, mas com uma preocupação em comum: o papel da mulher na sociedade brasileira. Em um período de pouco mais de 50 anos, notamos que o discurso sofre pequenas alterações, ampliando cada vez mais o leque de crítica, conquistando mais espaço para a geração seguinte e reivindicando maior presença na vida pública. Tudo começa na formação dessas autoras, que tiveram uma educação que a maioria das meninas de seu tempo não lhes foi oferecida, dado os papéis social e familiar que era cabido a elas. Mas a educação sozinha não seria o suficiente para gritar as suas dores. Precisavam do apoio de um marido, de uma instituição, de amigas e, é claro, de coragem. As mazelas do mundo estão à nossa frente e muitas vezes as sentimos em nosso corpo ou em nosso coração. Deixar de vê-las, não as apagam; deixar de apontá-las, não as corrigem; deixar de combatê-las, não as transformam. Creio que a maior virtude dessas três mulheres foi enxergar, entender e denunciar aquilo que as atormentavam. A escravidão, o racismo, a subserviência, a desigualdade de direitos e oportunidades. Saber enfrentá-las é tarefa de todos aqueles que não conseguem se manter alheios ao mundo. A resposta dessas três mulheres, assim como de tantas outras, veio através da pena, escrevendo para expô-las e atacá-las, para convidar à reflexão e amplificar suas vozes.
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