O livro "A menina sem cor" é a história de uma garotinha que, ao se descobrir diferente de seus pais, do ponto de vista da biologia, quer saber o motivo dessa diferença, já que seus pais são brancos e ela é preta. Mimi, a nossa personagem, não tem nenhuma dúvida do amor de seus pais, mas não está feliz porque desejava ter a pele branca como a deles. E POR QUE SERÁ QUE ELA DESEJAVA SER BRANCA? Essa resposta nós já sabemos. A resposta a essa pergunta é clara, mas é fundamental abordá-la, uma vez que constantemente nos confrontamos com inúmeras manifestações de racismo. Mimi sente-se rejeitada na escola, discriminada, como se ocupasse um lugar que não é seu por direito. Mesmo com tão pouca idade, ela percebe que essa exclusão ocorre por conta dessa praga que é o racismo estrutural, que se manifesta em várias situações, produto de uma sociedade com um passado escravocrata. Sabemos que ninguém nasce racista. A criança aprende com os adultos a rejeitar aquele que é diferente dela – no caso em questão, aquele que não tem a mesma cor de pele, nem a mesma textura de cabelo. Mimi pensa que, se fosse branca, não se sentiria deslocada, desconfortável. Seus pais fazem de tudo para que ela entenda que a cor da pele não tem nenhuma importância, mas isso não basta. Foi preciso que uma menina albina surgisse no caminho de Mimi para que ela percebesse o que seus pais vinham falando. Essa menina é a Olívia, filha de pais pretos como Mimi. Por ser albina, porém, ela tem a pele e os cabelos muito
brancos. Fernanda Emediato toca em três questões bastante delicadas, mas extremamente necessárias para se trabalhar com crianças: o racismo, a exclusão e o preconceito. Nesse sentido, entendemos que é fundamental trazer aqui um pouco de informação sobre o albinismo, sobretudo porque persistem, em relação a essa característica, o preconceito e a desinformação.…mehr